Este texto eu retirei do blog Autismo no Amazonas e fiquei super feliz por existirem pessoas como os pais deste garotinho Ulisses, que compartilham suas vivências, experiências com a intenção mais nobre, ajudar outros pais e profissionais na educação e desenvolvimento destes pequenos que vem especialmente para nos ensinar a cada dia que não podemos desistir dos desafios.
Abraço,
Ale Luz
Os Sinais do Autismo apresentados por Ulisses
Aqui apresentamos algumas DICAS aos pais que percebem que existe algo de diferente em seu filho logo nos primeiros meses de vida. Cientificamente já está comprovado que o portador do transtorno do espectro autista já nasce com a síndrome e que as principais características só se manifestam mais ou menos a partir de um ano e seis meses a dois anos e seis meses.
Entretanto, alguns sinais essenciais podem ser observados pelos pais e pediatras muito precocemente antes do sexto mês, o que provavelmente tornará possível um diagnóstico e tratamento precoce com resultados mais satisfatórios nessas crianças do que nas que demoram a receber esse mesmo diagnóstico.
Tomaremos como base alguns sinais que nosso filho apresentou, mas que por falta de conhecimento da referida síndrome, não nos atentamos logo para posteriores investigações.
Assim, gostaríamos de contribuir no sentido de informar alguns pais e demais interessados.
1- Desde os primeiros dias de vida, sempre foi um bebê quietinho, calado em seu berço (muitos diziam que ele não chorava porque recebia tudo na hora certa);
2- Não olhava para o rosto da mamãe, nem mesmo quando mamava (o que só foi observado no sétimo mês);
3- Não dava muita atenção aos visitantes, ou seja, não manifestava nenhuma emoção ao receber visitas, não se virava para olhar as pessoas;
4- Também não dava muita atenção aos gestos ou barulhos inapropriados;
5- Andou, falou e engatinhou, jogou beijos, deu tchau e bateu palmas na idade prevista para qualquer criança, mas gradativamente perdeu tudo isso;
6- Sempre teve preferência por ADULTOS, principalmente os do sexo masculino;
7- A partir de um aninho, já demonstrava excessiva HIPERATIVIDADE FÍSICA (subia e descia em seu berço de maneira inapropriada;
8- Demorava muito para dormir, ás vezes ficava acordado até uma ou duas horas da manhã (o que só melhorou depois do uso do medicamento prescrito pelo neurologista);
9- Ainda bebê, já puxava as pessoas com as mãos para solicitar as coisas de seu interesse;
10- Passou a agredir com beliscões e arranhões ao ser contrariado;
11- A partir do segundo ano, deixou de falar completamente e passou a ter aversão a lugares com muita gente;
12- Sem motivo aparente batia levemente com a cabeça em alguns móveis (principalmente quando se escondia no guarda-roupa);
13- Teve suspeita de SURDEZ, pois não atendia quando chamado pelo seu próprio nome; só “ouvia”, se fosse algo de seu interesse;
14 - Ao adentrar em qualquer recinto, não se interessava pelas pessoas, mesmo sendo seus familiares, sempre se direcionava para os objetos, especialmente para os brinquedos;
15 - Adorava se esconder dentro das coisas, exemplos: guarda-roupa, cestos de roupa; embaixo dos edredons e lençóis da cama e atrás dos móveis (até hoje adora edredons);
16 - A partir do terceiro ano, apresentou significativa falta de atenção, já não apontava mais para demonstrar o que queria ou algo que achava interessante;
17 - Começou a exercer verdadeira fascinação por água (torneiras, bacias, tanques, mangueiras, chuveiros, copo cheio d’ água, piscina...);
18 - Deixou de comer certos alimentos (sopas, caldos, frutas, sucos naturais...) e passou a ter restrições (só come alimentos sólidos: pão, bolachas, arroz, macarrão, farinha/farofa, ovos, peixe e frango: frito/grelhado/assado). Toma café com leite, adora refrigerante e sucos artificiais “de caixa”;
19 – Nos parques e em outras áreas de lazer não se aproxima das outras crianças, sempre prefere brincar sozinho;
20 - Passou a fazer gestos repetitivos e balanceios com as mãos;
É interessante salientar que nosso filho teve melhoras significativas em muitos desses sinais apresentados, Em outros, está melhorando gradativamente. Pois vem aprendendo coisas simples como escovar os dentes, comer, se vestir e se calçar sozinho.
É possível melhorar qualitativamente a vida do portador do transtorno do espectro autista, superando muitas barreiras do cotidiano, mas é preciso que haja uma intervenção o mais precoce possível, é necessário que os pais aceitem o fato e comecem a busca incansável pelo tratamento de seu filho.
Muitos sinais apresentados são exceções em alguns autistas, que nem sempre apresentam todos os sintomas e em muitos casos, existem sintomas mais leves outros mais severos. No entanto, o que deve ser considerado são as características essenciais que determinam o diagnóstico do autismo nas seguintes áreas:
Relação social: A criança com autismo pode isolar-se e ter dificuldades em relacionar-se com os outros, mas pode também interagir de forma inadequada aos padrões convencionais.
Linguagem e comunicação: Tem grande dificuldade para se comunicar e, mesmo sendo verbal, não apresenta intenção comunicativa. A linguagem pode ter desvios semânticos e pragmáticos. Mais da metade dos autistas é não-verbal.
Pensamento e comportamento: Apresenta deficiência na imaginação social, comportamentos estereotipados e obsessivos e são muito presos a rotinas.